Origem dos Jogos Olímpicos

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A origem dos Jogos Olímpicos na Grécia Antiga é frequentemente associada à celebração do desporto e do culto à beleza estética humana, como se estes fossem os seus objectivos principais. Fala-se pouco, porém, na intenção mística e fúnebre de saudar os mortos de cada cidade. No canto XXIII da Ilíada, Homero relata detalhadamente as competições fúnebres que precederam a cremação de Pátroclo, escudeiro de Aquiles.

Num período de quatro em quatro anos, cada pólis ou cidade-estado da Grécia dedicava um dia do ano (a primeira lua cheia do verão do hemisfério Norte) para reverenciar os falecidos nesse quadriénio, e reuniam num campo os pertences dos mortos e abandonavam momentaneamente a cidade, para deixar que os espíritos passeassem entre as suas lembranças de vida terrena. Isso após as sacerdotisas acenderem uma chama que os rapazes levavam até o templo do deus-patrono da cidade.

Em Corinto, um dos principais portos gregos, situado no istmo que liga a península do Peloponeso ao continente, esses jogos eram chamados de Jogos Ístmicos. Em Delfos, onde havia o famoso oráculo de Apolo, eram Jogos Píticos. Em Argos eram Jogos Nemeus. Este conjunto de jogos, juntamente com os Jogos Olímpicos que se realizavam em Olímpia, perto de Elis, ficaram conhecidos como jogos pan-helénicos.
Na cidade de Olímpia (que, diferentemente do que afirma o senso comum, não fica aos pés do Monte Olimpo) havia um templo de dimensões magníficas, dedicado a Zeus. Como todo deus da Antiguidade Clássica possuía variações, de acordo com o mito, a cultura e as particularidades que cada cidade-estado lhe atribuía, este Zeus era o chamado Zeus Olímpico, e junto a seu templo se realizavam os jogos desportivos idênticos aos das outras cidades. Porém era em Olímpia que os jogos atingiam sua plenitude, em organização e número de participantes, e onde desenvolveram-se como competições regulares e de extrema importância para todos os helénicos – e eram chamados Jogos Olímpicos.
Com regulamentos a princípio simples e mais tarde bem complexos e rígidos, os Jogos Olímpicos se realizaram com praticamente nenhuma interrupção, do século VIII a.C. ao V d.C. (mais de mil anos, portanto), mas com diversas modificações. Tanto que, ao serem proibidos por édito do Imperador Teodósio I, já tinham se desvirtuado em longas orgias e bacanais de pouca conotação desportiva.
Ainda assim, a festa começara como celebração dos mortos, e já atraía gigantescas procissões de gregos de várias cidades-estado. Era algo inevitável, pois, que surgissem algumas rixas ou contendas entre os peregrinos. Para distrair esses brigões e proteger a paz das celebrações religiosas, a "organização do evento" passou a promover competições desportivas simultâneas ao culto.

O registro mais antigo dos Jogos Olímpicos que chegou aos nossos dias data de 776 a.C.. Trata-se de uma inscrição num disco de pedra, encontrada nas ruínas do templo de Hera em Olímpia, que refere o acordo de tréguas e manutenção de paz durante a realização dos Jogos Olímpicos, selado entre os reis Ifitos de Ilía, Licurgo de Esparta e Clístenes de Pisa. Com o tempo, outros reinos se foram juntando a este acordo, e a partir daí os Jogos Olímpicos tornaram-se competições de paz, primeiro entre os homens, depois nações entrarem em guerra.

No entanto, as nações que havia em 1896, quando as Olimpíadas retornaram, eram diferentes demais daquelas da Antiguidade. Eram países imensos, não mais cidades, e tinham complicado formas de escolher seus líderes, no lugar dos governos simplificados dos gregos. E possuíam identidades nacionais tão diversas quanto os gregos antigos jamais conheceriam.

Voleibol

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Voleibol é um desporto praticado numa quadra dividida em duas partes por uma rede, possuindo duas equipes de seis jogadores em cada lado. O objectivo da modalidade é fazer passar a bola sobre a rede de modo a que esta toque no chão dentro da quadra adversária, ao mesmo tempo que se evita que os adversários consigam fazer o mesmo. O voleibol é um desporto olímpico, regulado pela Fédération Internationale de Volleyball (FIVB).

História

O volei foi criado em 9 de Fevereiro de 1895 por William George Morgan nos Estados Unidos da América. O objectivo de Morgan, que trabalhava na ACM de Holyoke no Massachusetts, era criar um desporto de equipas sem contacto físico entre os adversários de modo a minimizar os riscos de lesões. Inicialmente jogava-se com uma câmara de ar da bola de basquetebol e foi chamado Mintonette, mas rapidamente ganhou popularidade com o nome de volleyball. O criador do voleibol faleceu em 27 de Dezembro de 1942 aos 72 anos de idade.
Em 1947 foi fundada a FIVB. Dois anos mais tarde, foi realizado o primeiro Campeonato Mundial da modalidade, apenas para homens; em 1952, o evento foi estendido também ao voleibol feminino. Em 1964 o voleibol passou a fazer parte do programa dos Jogos Olímpicos, tendo-se mantido até a actualidade.
Recentemente, o voleibol de praia, uma modalidade derivada do voleibol, tem obtido grande sucesso em diversos países, nomeadamente no Brasil e nos EUA.
Nos desportos colectivos, a primeira medalha de ouro olímpica conquistada por um país lusófono foi obtida pela equipe masculina de volei do Brasil nos Jogos de 1992. A proeza se repetiu nos Jogos Olímpicos de Verão de 2004. Nos Jogos Olímpicos de Verão de 2008 foi a vez da selecção brasileira feminina ganhar a sua primeira medalha de ouro em Olimpíadas.

Regras

Para se jogar voleibol são necessários 12 jogadores divididos igualmente em duas equipes de seis jogadores cada. As equipes são divididas por uma rede que fica no centro da quadra. É necessário uma bola. O jogo começa com um das equipas que devem "sacar". Logo depois do saque a bola deve ultrapassar a rede e seguir ao campo do adversário onde os jogadores tentam evitar que a bola caia no seu campo usando qualquer parte do corpo (antes só era válido usar membros da cintura para cima, mas as regras foram mudadas). O jogador pode rebater a bola para que ela passe para o campo adversário sendo permitidos dar três toques na bola antes que ela passe, sempre alternando os jogadores que dão os toques. Caso a bola caia é ponto da equipa adversária. Outra regra importante é que durante o jogo os jogadores não podem encostar na fita branca acima da rede. O mesmo jogador não pode dar 2 ou mais toques seguidos na bola.

Equipamento

Campo de Voleibol

As partidas de voleibol são confrontos envolvendo duas equipes disputados em ginásio coberto. O campo mede 18 metros de comprimento por 9 de largura, e é dividido por uma linha central em dois quadrados com lados de nove metros que constituem as quadras de cada equipa. O objectivo principal é conquistar pontos fazendo a bola encostar na quadra adversária ou sair da área de jogo após ter sido tocada por um oponente.
Acima da linha central, é postada uma rede de material sintético a uma altura de 2,43m para homens ou 2,24m para mulheres. Cada quadra é por sua vez dividida em duas áreas de tamanhos diferentes (usualmente denominadas "rede" e "fundo") por uma linha que se localiza, em cada lado, a três metros da rede ("linha de 3 metros").
No voleibol, todas as linhas delimitadoras são consideradas parte integrante do campo. Deste modo, uma bola que toca a linha é considerada "dentro" (válida), e não "fora" (inválida). Acima da quadra, o espaço aéreo é delimitado no sentido lateral por duas antenas postadas em cada uma das extremidades da rede. No sentido vertical, os únicos limites são as estruturas físicas do ginásio.
A bola empregada nas partidas de voleibol é composta de couro ou couro sintético e mede aproximadamente 65cm de perímetro. Ela pesa em torno de 270g e deve ser inflada com ar comprimido a uma pressão de 0,30 kg/cm².

Estrutura

Ao contrário de muitos desportos, tais como o futebol ou o basquetebol, o voleibol é jogado por pontos, e não por tempo. Cada partida é dividida em sets que terminam quando uma das duas equipes conquista 25 pontos. Deve haver também uma diferença de no mínimo dois pontos com relação ao placar do adversário - caso contrário, a disputa prossegue até que tal diferença seja atingida. O vencedor será aquele que conquistar primeiramente três sets.
Como o jogo termina quando uma equipa completa três sets vencidos, cada partida de voleibol dura no máximo cinco sets. Se isto ocorrer, o último recebe o nome de time-break e termina quando uma equipa atinge a marca de 15, e não 25 pontos. Como no caso dos demais, também é necessária uma diferença de dois pontos com relação ao placar do adversário.
Cada equipe é composta por doze jogadores, dos quais seis estão actuando na quadra e seis permanecem no banco na qualidade de reservas. As substituições são limitadas: cada técnico pode realizar no máximo seis por set, e cada jogador só pode ser substituído uma única vez, devendo necessariamente retornar à quadra para ocupar a posição daquele que tomara originalmente o seu lugar.
Os seis jogadores de cada equipe são dispostos na quadra do seguinte modo. No sentido do comprimento, três estão mais próximos da rede, e três mais próximos do fundo; e, no sentido da largura, dois estão mais próximos da lateral esquerda; dois, do centro da quadra; e dois, da lateral direita. Estas posições são identificadas por números: com o observador postado frente à rede, aquela que se localiza no fundo à direita recebe o número 1, e as outras seguem-se em ordem crescente conforme o sentido anti-horário.

O jogo

Posicionamento e rotação

No início de cada set, o jogador que ocupa a posição 1 realiza o saque, e, acerta a bola com a mão tencionando fazê-la atravessar o espaço aéreo delimitado pelas duas antenas e aterrar na quadra adversária. Os oponentes devem então fazer a bola retornar tocando-a no máximo três vezes, e evitando que o mesmo jogador toque-a por duas vezes consecutivas.
O primeiro contacto com a bola após o saque é denominado recepção ou passe, e seu objectivo primordial é evitar que ela atinja uma área válida do campo. Segue-se então usualmente o levantamento, que procura colocar a bola no ar de modo a permitir que um terceiro jogador realize o ataque, ou seja, acerte-a de forma a fazê-la aterrar na quadra adversária, conquistando deste modo o ponto.
No momento em que a equipa adversária vai atacar, os jogadores que ocupam as posições 2, 3 e 4 podem saltar e estender os braços, numa tentativa de impedir ou dificultar a passagem da bola por sobre a rede. Este movimento é denominado bloqueio, e não é permitido para os outros três atletas que compõem o restante da equipe.
Em termos técnicos, os jogadores que ocupam as posições 1, 5 e 6 só podem acertar a bola acima da altura da rede em direção à quadra adversária se estiverem no "fundo" de sua própria quadra. Por esta razão, não só o bloqueio torna-se impossível, como restrições adicionais se aplicam ao ataque. Para atacar do fundo, o atleta deve saltar sem tocar com os pés na linha de três metros ou na área por ela delimitada; o contacto posterior com a bola, contudo, pode ocorrer no espaço aéreo frontal.
Após o ataque adversário, a equipa procura interceptar a trajectória da bola com os braços ou com outras partes do corpo para evitar que ela aterre na quadra. Se obtém sucesso, diz-se que foi feita uma defesa, e seguem-se novos levantamento e ataque. O jogo continua até que uma das equipes cometa um erro ou consiga fazer a bola tocar o campo do lado oponente.
Se a equipa que conquistou o ponto não foi o mesmo que havia sacado, os jogadores devem deslocar-se em sentido horário, passando a ocupar a próxima posição de número inferior à sua na quadra (ou a posição 6, no caso do atleta que ocupava a posição 1). Este movimento é denominado rodízio.
Líbero

O líbero é um atleta especializado nos fundamentos que são realizados com mais frequência no fundo da quadra, isto é, recepção e defesa. Esta função foi introduzida pela FIVB em 1998, com o propósito de permitir disputas mais longas de pontos e tornar o jogo deste modo mais atraente para o público. Um conjunto específico de regras se aplica exclusivamente a este jogador.
O líbero deve utilizar uniforme diferente dos demais, não pode ser capitão da equipa, nem atacar, bloquear ou sacar. Quando a bola não está em jogo, ele pode trocar de lugar com qualquer outro jogador sem notificação prévia aos árbitros, e suas substituições não contam para o limite que é concedido por set a cada técnico.
Por fim, o líbero só pode realizar levantamentos de toque do fundo da quadra. Caso esteja pisando sobre a linha de três metros ou sobre a área por ela delimitada, deverá exercitar somente levantamentos de manchete, pois se o fizer de toque por cima (pontas dos dedos) o ataque deverá ser executado com a bola abaixo do bordo superior da rede.

Pontos

Existem basicamente duas formas de marcar pontos no voleibol. A primeira consiste em fazer a bola aterrar sobre a quadra adversária como resultado de um ataque, de um bloqueio bem sucedido ou, mais raramente, de um saque que não foi correctamente recebido. A segunda ocorre quando a equipa adversário comete um erro ou uma falta.

Fundamentos

Uma equipa que deseja competir em nível internacional precisa dominar um conjunto de seis habilidades básicas, denominadas usualmente sob a rubrica "fundamentos". Elas são: saque, passe, levantamento, ataque, bloqueio e defesa. A cada um destes fundamentos compreende um certo número de habilidades e técnicas que foram introduzidas ao longo da história do voleibol e são hoje consideradas prática comum no desporto.

Saque ou serviço

O saque ou serviço marca o início de uma disputa de pontos no voleibol. Um jogador posta-se atrás da linha de fundo de sua quadra, estende o braço e acerta a bola, de forma a fazê-la atravessar o espaço aéreo acima da rede delimitado pelas antenas e aterrar na quadra adversária. Seu principal objectivo consiste em dificultar a recepção de seu oponente controlando a aceleração e a trajectória da bola.
Um saque que a bola aterra directamente sobre a quadra do adversário sem ser tocada pelo adversário – é denominado em voleibol "ace", assim como em outros desportos tais como o ténis.

Passe

Também chamado recepção, o passe é o primeiro contacto com a bola por parte da equipa que não está sacando e consiste, em última análise, em tentativa de evitar que a bola toque a sua quadra, o que permitiria que o adversário marcasse um ponto. Além disso, o principal objectivo deste fundamento é controlar a bola de forma a fazê-la chegar rapidamente e em boas condições nas mãos do levantador, para que este seja capaz de preparar uma jogada ofensiva.
O fundamento passe envolve basicamente duas técnicas específicas: a "manchete", em que o jogador empurra a bola com a parte interna dos braços esticados, usualmente com as pernas flexionadas e abaixo da linha da cintura; e o "toque", em que a bola é manipulada com as pontas dos dedos acima da cabeça.
Quando, por uma falha de passe, a bola não permanece na quadra do jogador que está na recepção, mas atravessa por cima da rede em direção à quadra da equipe adversária, diz-se que esta recebeu uma "bola de graça".


Manchete

É uma técnica de recepção realizada com as mãos unida e os braços um pouco separados e braços estendidos, o movimento da manchete tem início nas pernas e é realizado de baixo para cima numa posição mais ou menos cómoda, é importante que a perna seja flexionada na hora do movimento, garantindo maior precisão e comodidade no movimento. Ela é usada em bolas que vem em baixa altura, e que não tem chance de ser devolvida com o toque.
É considerada um dos fundamentos da defesa, sendo o tipo de defesa do saque e de cortadas mais usado no jogo de voleibol. É uma das técnicas essenciais para o líbero mas também é empregada por alguns levantadores para uma melhor colocação da bola para o atacante.

Levantamento

O levantamento é normalmente o segundo contacto de uma equipa com a bola. Seu principal objectivo consiste em posicioná-la de forma a permitir uma acção ofensiva por parte da equipe, ou seja, um ataque.
A exemplo do passe, pode-se distinguir o levantamento pela forma como o jogador executa o movimento, ou seja, como "levantamento de toque" e "levantamento de manchete". Como o primeiro usualmente permite um controle maior, o segundo só é utilizado quando o passe está tão baixo que não permite manipular a bola com as pontas dos dedos, ou no voleibol de praia, em que as regras são mais restritas no que diz respeito à infracção de "carregar".
Também costuma-se utilizar o termo "levantamento de costas", em referência à situação em que a bola é lançada na direção oposta àquela para a qual o levantador está olhando.
Quando o jogador não levanta a bola para ser atacada por um de seus companheiros de equipa, mas decide lançá-la directamente em direção à quadra adversária numa tentativa de conquistar o ponto rapidamente, diz-se que esta é uma "bola de segunda".

Ataque

O ataque é, em geral, o terceiro contacto de um jogador com a bola. O objectivo deste fundamento é fazer a bola aterrar na quadra adversária, conquistando deste modo o ponto em disputa. Para realizar o ataque, o jogador dá uma série de passos contados ("passada"), salta e então projecta seu corpo para a frente, transferindo deste modo seu peso para a bola no momento do contacto.
Bloqueio

Bloqueio triplo


O bloqueio refere-se às acções executadas pelos jogadores que ocupam a parte frontal da quadra (posições 2-3-4) e que têm por objectivo impedir ou dificultar o ataque da equipe adversária. Elas consistem, em geral, em estender os braços acima do nível da rede com o propósito de interceptar a trajectória ou diminuir a velocidade de uma bola que foi cortada pelo oponente.
Denomina-se "bloqueio ofensivo" à situação em que os jogadores têm por objectivo interceptar completamente o ataque, fazendo a bola permanecer na quadra adversária. Para isto, é necessário saltar, estender os braços para dentro do espaço aéreo acima da quadra adversária e manter as mãos viradas em torno de 45-60° em direção ao punho. Um bloqueio ofensivo especialmente bem executado, em que bola é direccionada directamente para baixo em uma trajectória praticamente ortogonal em relação ao solo, é denominado "toco".
Um bloqueio é chamado, entretanto, "defensivo" se tem por objectivo apenas tocar a bola e deste modo diminuir a sua velocidade, de modo a que ela possa ser melhor defendida pelos jogadores que se situam no fundo da quadra. Para a execução do bloqueio defensivo, o jogador reduz o ângulo de penetração dos braços na quadra adversária, e procura manter as palmas das mãos voltadas em direção à sua própria quadra.
O bloqueio também é classificado, de acordo com o número de jogadores envolvidos, em "simples", "duplo" e "triplo".

Defesa

A defesa consiste em um conjunto de técnicas que têm por objectivo evitar que a bola toque a quadra após o ataque adversário. Além da manchete e do toque, já discutidos nas secções relacionadas ao passe e ao levantamento.

Marcha

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A Marcha Atlética é uma modalidade do atletismo onde se executa uma progressão de passos de maneira que o atleta sempre mantenha contacto com o solo com, pelo menos, um dos pés. A perna que avança tem que estar recta, (ou seja, não dobrada) desde o momento do primeiro contacto com o solo até que se encontre em posição vertical.
A Marcha foi integrada nos Jogos Olímpicos em 1908 e em 1992 passou a ser disputada também na categoria feminina.
As provas de marcha atlética são disputadas na distância de 20km, feminino, e 20km e 50km masculino, que se realizam normalmente numa pista de rua. A marcha é uma actividade em que a resistência, a coordenação, o ritmo e a agilidade do atleta são fundamentais.
O regulamento estabelece que os juízes de Marcha têm que avisar aos atletas que por sua forma de marchar correm o risco de cometer alguma falta, e para isso utilizam discos amarelos como símbolos de uma possível infracção. No julgamento de Marcha, quando um atleta comete infracção é mostrado um cartão vermelho. Quando três juízes diferentes mostram os cartões vermelhos a um atleta, o juiz chefe procede a desqualificação do mesmo.
O actual recorde mundial na categoria de 20km é do equatoriano Jefferson Pérez, com 1h17m21s e nos 50km pertence ao russo Denis Nizhegorodov, com 3h35m29s.
O maior nome da marcha atlética em todos os tempos é o do polonês Robert Korzeniowski, tetracampeão olímpico e tricampeão mundial, nas duas distâncias, entre 1996 e 2004.

Triatlo

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Triatlo é uma palavra grega que designa um evento atlético composto por três modalidades. Actualmente, o nome triatlo é em geral aplicado a uma combinação de natação, ciclismo e corrida, nessa ordem e sem interrupção entre as modalidades.
Pode-se dizer que o triatlo moderno surgiu no San Diego Track Club na década de 1970. A primeira grande competição de triatlo, entretanto, foi o Ironman Triathlon, organizado em 1978 no Havaí. Naquela ocasião, a competição foi organizada com o intuito de esclarecer qual dos atletas (nadador, ciclista ou corredor) era o melhor condicionado fisicamente, que possuía a maior resistência. Era uma competição genuinamente individual, na qual não era permitida interacções entre alguns competidores que viessem a prejudicar os demais. Por exemplo, não era permitida prática conhecida como vácuo (que é a redução da resistência aerodinâmica em até 30%, conseguida pelo atleta que se posiciona atrás de outro) durante a etapa de ciclismo.

A modalidade estreou no programa nos jogos de Sidney no ano 2000, após sofrer algumas modificações estabelecidas pela União Internacional de Triatlo (ITU), fundada em 1989. Tais modificações, aplicadas com o fim de tornar a modalidade mais atractiva ao público, alteraram consideravelmente a dinâmica da prova e afastaram-na dos princípios que guiaram o nascimento da modalidade, mas aproximaram o desporto de requisitos necessários para ingressar no âmbito dos desportos olímpicos. Algumas das alterações mais importantes para que o triatlo se tornasse um desporto olímpico dizem respeito aos uniformes e a exposição de logo-marcas de patrocinadores nos uniformes dos atletas. Além disso, nos Jogos Olímpicos os países podem, de acordo com critérios de desempenho, enviar no máximo 03 (três) atletas tanto no masculino, quanto no feminino, que farão parte de uma mesma selecção de seus países.
Pode-se classificar as provas de triatlo de acordo com as distâncias percorridas e com os locais onde as provas são disputadas. As principais são as seguintes:
Sprint: 750 metros de natação / 20 km de bicicleta / 5 km de corrida
Olímpico: 1.5 km de natação / 40 km de bicicleta / 10 km de corrida
Ironman: 3.8 km (2.4 milhas) de natação / 180 km (112 milhas) de bicicleta / 42 km (26.2 milhas) de corrida.

Existe também uma variante de Inverno deste desporto que tem lugar na neve e que geralmente consiste de esqui de corta-mato, ciclismo de montanha e corrida (nesta ordem).
Outras variantes populares são os chamados triatlos de aventura ou off road, que consistem de natação, ciclismo de montanha e corrida em trilha e o Triatlo Rápido, que consiste em provas mais curtas, totalizando menos de 20 minutos por bateria, em baterias subsequentes com intervalos pré-determinados.

Halterofilismo

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Halterofilismo, ou "Levantamento de Peso Olímpico" (LPO), utilizando uma terminologia mais apropriada, para não confundir com outros desportos em que se utilizam halteres para os seus fins, é um desporto cujo objectivo é desenvolver a "força", a "potência" muscular e levantar a maior quantidade de peso possível, do chão até sobre a cabeça.
É quase impossível traçar uma data exacta do primeiro campeonato de levantamento de pesos. Os testes de força humana, duma forma ou outra, são provavelmente mais velhos do que a própria civilização. As imagens de homens que levantam objectos pesados, ao que parece para o desporto, aparecem em registros egípcios antigos, em textos chineses e em gravuras gregas.
As primeiras competições organizadas de levantamento de pesos começaram na Europa no final do ano de 1800, e o primeiro campeonato mundial do desporto foi realizado em 1891. Naquele tempo não havia nenhuma divisão de peso e os títulos foram dados ao homem que foi capaz de levantar o maior peso possível, sem que fosse considerada sua massa corporal.
O levantamento de pesos esteve presente no programa dos primeiros Jogos Olímpicos em 1896, Atenas, Grécia, como parte dos jogos desportivos, com duas modalidades: levantamentos com uma mão e com duas mãos, e foi deixado de fora dos Jogos de 1900; ele reapareceu em 1904, com duas provas: levantamento com duas mãos e haltere geral.
Em 1920 tinham sido estabelecidas cinco divisões de peso e três disciplinas compunham a competição – o Desenvolvimento ("Clean and Press"), o Arranco ("Snatch") e o Arremesso ("Clean and Jerk"). O Levantamento de Peso Olímpico voltou nas Olimpíadas de 1920, em Antuérpia, Bélgica, e não foi mais retirado. Em 1972, o desenvolvimento foi abolido depois das Olimpíadas de Munique, Alemanha, deixando o Arranco e o Arremesso como as duas disciplinas olímpicas do desporto.
Algumas das regras, os equipamentos e as categorias de peso são apontadas a seguir.
A competição é realizada numa plataforma (tablado) de 4 metros quadrados, revestida de material antideslizante e três árbitros julgam se os levantamentos foram válidos ou não, accionando um sistema de luzes: branca para levantamento válido e vermelha para nulo.
O objectivo no levantamento de pesos é simples: levantar tanto peso enquanto possível; quem levantar mais peso, ganha. Em caso de empate, a vitória cabe ao atleta que pesar menos. Se mesmo assim o empate persistir, ganha aquele que tiver levantado primeiro.
A competição moderna, como dito acima, compõe-se de duas provas: o Arranco (ou Arranque) e o Arremesso. O Arranco é a primeira prova da competição e consiste em levantar a barra acima da cabeça à partir do solo em um movimento sem pausa, sem apoiá-la no corpo.
Na prova do Arremesso a barra é levantada primeiro até à altura dos ombros (a "sustentada") e depois, num segundo movimento também único e contínuo, é levantada até acima da cabeça (o "empurrão"). O Arremesso permite que se eleve uma quantidade maior de peso do que no arranque.
No final dos movimentos, tanto do arranco quanto do arremesso, o atleta deve estabilizar a barra, estando com os braços estendidos e as pernas paralelas.
Em cada uma das provas os atletas dispõem de três tentativas para levantar a maior carga possível. Há 1 minuto para o primeiro Levantador de Peso Olímpico, numa competição, começar a tentativa, ou 2 minutos se for o próximo. O aumento mínimo é 1 kg entre duas tentativas, excepto depois da primeira tentativa, quando é de 2 kg. Tentando quebrar um registo (recorde) nacional ou mundial, o aumento de peso deve ser de pelo menos 0,5 kg (embora só os múltiplos mais próximos de 2,5 kg possam ser contados para o somatório total). O somatório dos maiores pesos levantados em cada uma das duas provas, determina o total combinado e vence quem tiver maior somatório.
Os equipamentos do Levantamento de Peso Olímpico são uma barra de aço, os discos (ou anilhas, cujo peso varia conforme a coloração) e duas braçadeiras (ou presilhas), de 2,5 kg cada uma, que servem para fixar os discos na barra. Para a prova masculina, a barra específica deve medir 2,20 m de cumprimento, pesar 20 kg e possui 28 mm de diâmetro; para a prova feminina, a barra deve possuir 2,01 m, 15 kg e 25 mm de diâmetro.
Actualmente os atletas são divididos em quinze categorias de peso ao todo. Oito masculinas, sete femininas, conforme a massa corporal. As categorias actuais são, para os homens: até 56 kg, 62 kg, 69 kg, 77 kg, 85 kg, 94 kg, 105 kg, acima de 105 kg. Para as mulheres: até 48 kg, 53 kg, 58 kg, 63 kg, 69 kg, 75 kg, acima de 75 kg.
O Arranco e o Arremesso são os movimentos mais completos, amplos e difíceis, como também os mais antigos, para levantar peso. O Levantamento de Peso Olímpico é uma perfeita demonstração combinada de força física, habilidade técnica e concentração; ou seja, cada atleta que compete precisa de prontidão física e mental/emocional e habilidades puramente técnicas.
A prova "rainha" desta modalidade é a masculina para os super pesados (acima de 105 kg), em Olimpíadas, em que o vencedor é chamado o atleta mais forte do mundo olímpico. Actualmente, as melhores marcas são do iraniano Hossein Rezazadeh. Rezazadeh levantou 213 kg no Arranco (2003, em Quinhuangdao, China), 263,5 kg no Arremesso (2004, nas Olimpíadas de Atenas) e 472,5 kg no total (212,5+260), (2000, nas Olimpíadas de Sidney, Austrália).
O maior levantador de peso olímpico de todos os tempos é o turco Naim Suleymanoglu, que quebrou 58 recordes e conquistou três medalhas de ouro em Olimpíadas (em 1988, 92 e 96). Da antiga categoria até 60 kg, com 1,47 m de altura, Suleymanoglu, o "Pequeno Hércules" (como foi apelidado), levantou 152,5 kg no Arranco, 190 kg no Arremesso e 342,5 kg no total (1988, todas nas Olimpíadas de Seul, Coreia). O recordista de participações em Olimpíadas é o húngaro Imri Földi, presente em cinco Jogos, de 1960 a 1976; o norte-americano Norbert Schemansky foi o único a conquistar medalha em quatro Jogos, prata 1948, ouro em 1952 e bronze em 1960 e 1964. O soviético/russo Vassily Alexeev detém a maior quantidade de recordes: 80 ao longo de sua carreira profissional.
O desporto é regulado pela International Weightlifting Federation (IWF), fundada em 1905, com sede em Budapeste, Hungria, com 167 nações afiliadas.